segunda-feira, 1 de maio de 2017

Depressão e Fobia Social, Tumblr e Subcultura Gótica + minha história

Bãããão pessoal?

Quanto tempo! - vivo repetindo essa frase a cada novo post que faço, pois realmente há no momento coisa mais importantes para fazer e estou aqui, pois não abandonei nadinha!

E que título é esse? Pra quê quatro temas juntos??



Então... Deixe-me explicar. Esse post é um tanto longo, uma autobiografia minha, juntando diversos assuntos e como eles me afetaram positiva e negativamente.



Vou começar óbvio do começo. Esse ano o tema depressão, suicídio entre jovens, dentre outros relacionados passaram a aparecer à tona, ainda mais nesse mundo em que até sua vó está conectada e manda correntes e imagens de bom dia às 7h da manhã com um ursinho fofo piscante no "zape-zape" esse assunto que assombra milhares do jovens no mundo todo e tem crescido por décadas veio transparecer como uma mensagem do subconsciente oculta, cansada de espalhar que está tudo bem, quando não está, como um sorriso de uma pessoa que está destroçada por dentro, porém disfarçar isso até mesmo na internet onde podemos ser anônimos, fakes, ... Não parece ajudar muito. E o pior aconteceu! Dentre os virais mundiais que sempre eram sobre assuntos engraçados/inusitados ou de terror/sobrenatural, surgiu o tal Desafio da Baleia Azul cujo último estágio é a morte do participante, com várias coisas desagradáveis anteriores como desenhar a baleia no braço com uma lâmina. Mas isso todo o mundo já está em alerta, até sua vó provavelmente já sabe.  "Isso é coisa de retardado!" "Menos um idiota no mundo, seleção natural!" "Geração fraca de merda, na minha época eu capinava um lote inteiro e ainda ficava feliz" - Exemplos de frases ditas por populares que podem ser a gota d'água de um copo em que está quase transbordando. Eu não concordo nem um pouco com esse jogo, aliás quero distância, mas não me distanciar dos que realmente precisam de ajuda, que por diversos motivos fazem essas pessoas sentimentalmente sensíveis, sendo um mistério, até para si mesmas ):



✋Se alguém o ameaçar entrar neste jogo, não aceite de forma alguma, denuncie! Esse merda cara provavelmente não gastaria o tempo dele indo atrás de sua família pessoalmente sendo que vocês podem estarem a milhares de km de distância. É MELHOR PREVINIR DO QUE REMEDIAR. E se você pensa em entrar nesse jogo para se suicidar mesmo, achando que sua vida não tem mais jeito, se desafie a fazer outras coisas, busque na internet desafios saudáveis ou coisas inusitadas que sempre quis fazer em sua vida e esses desafios podem nunca acabar se você decidir. É melhor gastar sua vida com esses desafios do que simplesmente desistir de tudo. 💪


Outro dos motivos dessa onda de assuntos foi a série da Netflix, 13 reasons why (13 porquês). Choveu youtubers falando "Não assista essa série!" "Cuidado com 13 Reasons Why!", mas na realidade, o seriado tem efeitos diferentes em cada pessoa, eu por exemplo, assisti por curiosidade, não me identifiquei com nenhum personagem, amei a trilha sonora e fiquei com vontade de abraçar a Hannah e impedir o suicídio dela. Em algumas pessoas até ajudou, mostrando as consequências depois de um suicídio, como ficam os pais, os colegas, a escola e as pessoas mais próximas que te amam muito (representadas pelo Clay). Mas se você está bem pra baixo, com pensamentos ruins, bastante depressivos, recomendo que é melhor deixar e assistir outras séries, pois você pode focar só nos pontos negativos como você já está negativo, só atrairá mais negatividade. SEMELHANTE ATRAÍ SEMELHANTE.

Agora focando em mim...


Oi? ser que visita meu Blog.


Eu também já tive tempos em minha vida como já citei aqui. Antes de entrar na faculdade, minha depressão apareceu, junto com a fobia social (isso mesmo, medo de pessoas) que enfrentei durante a pré-adolescência e a adolescência toda, mesmo sem saber e nem desconfiar. Eu não gostava de sair de casa e ter que socializar com os outros, me achava estranha, diferente das pessoas da minha idade, achava que iriam me julgar, rir de mim, dava valor diferente às coisas, gostava de coisas que quase ninguém gostava, preferia ficar só, em meu conforto, com minhas ideias. Na escola, embora eu tinha notas razoavelmente boas, eu não falava com ninguém, tinha vergonha de tudo, medo de ser julgada por meus gostos que até eu escondia de mim mesma. Ficava no fundo da sala com um livro enquanto os outros faziam festa. Sempre achava que os outros reparavam em mim por ser estranha e com isso não agia naturalmente, fazendo coisas devidamente estranhas, por isso eles riam, botavam apelidos, tiravam sarro, me atiravam coisas, me imitavam, ninguém queria fazer trabalho comigo, na educação-física era um desastre. Eu tinha meus amigos, sim, alguns sofriam o mesmo que eu, porém sempre preferi ficar só, reconheço que poderia ter mais amizades se eu fosse eu mesma. Só fui parar para me questionar no último ano, onde tentei de tudo para me tornar sociável, até no Orkut. Mas tudo o que eu tinha era um atrito e as pessoas pareciam me deixar de lado como eu sempre me sentia desconfortável com elas. Eu até tinha sido uma "Maria-vai-com-as-outras". 


Quando deixei a escola, tinha a ilusão de que tudo iria mudar, de que eu seria independente, adulta o suficiente, me livraria da imagem antissocial que eu passava. Mas isso tinha sido apenas a ponta do iceberg. Eu tinha planos: trabalhar e juntar grana para a faculdade de Design. E como não tinha experiência em nenhum ramo, acabei sendo deixada de lado até no campo profissional. Todos sabemos que fazer faculdade é caro e eu não queria depender dos meus pais para isso.


 Porém ficar em casa sem fazer nada foi o pior. Me isolei mais e quando saía, meus gostos entravam em conflito com os das pessoas e aí ficava deslocada. Por que eu era tão diferente? Por que eu não queria simplesmente me deixar levar e se tornar mais uma garota comum, que faz o que as outras fazem? Não era isso o que eu queria? Resultado: Depressão. Nessa época, eu li alguns livros como de costume, escrevi também, isso me ajudou muito (algumas coisas estão salvas na minha conta do Wattpad). E com isso comecei a buscar imagens para ilustrar meus textos; como sempre tive uma quedona pela época Vitoriana, encontrei imagens de garotas de corpete negro, cabelos liso, saias longas em um cenário fantástico e decadente, o que chamavam de "góticas". Eu ligeiramente gostei pois me identifiquei. E também comecei a ouvir rock, principalmente Evanescence por conta do visual semelhante ao das imagens, não gostava muito de rock/metal antes, sempre fui mais para o pop, porém estava em busca de músicas novas, como eu gostava de umas duas mais famosas da banda, decidi conhecer as outras e gostei, já que eram depressivas como eu estava.



Me interessei por esse mundo gótico. Mas será que isso tinha a ver com minha depressão? Eu queria saber... Para ser uma gótica eu teria que ter depressão? Negar qualquer religião? Essas dúvidas frequentes que os babybats/trevosos geralmente têm. Ser gótico é um roqueiro depressivo que louva a satanás e só usa preto? 
Nessa época criei meu primeiro Tumblr, já que queria fugir do Facebook e dos seus "famosinhos". Sempre tive vontade de ter algo assim na Internet, no entanto só tinha um "Diário Negro" no computador semelhante ao Tumblr, pois não tinha coragem de me expressar ao mundo, eu guardava tudo para si mesma. Foi então que comecei a postar coisas que eu gostava pelo Tumblr e vi que tinha gente que gostava dos meus posts. Eu não acredito! Estava me socializando pela Internet por meio de uma coisa que eu gostava. E então fui me soltando mais. Aprendi a mexer nele, observando os de outras pessoas, personalizar o layout, colocar música... E lá fiquei. Descobri meus gostos, me senti livre para ser eu mesma, sem auto-preconceitos existe essa palavra?, descobri que não estava sozinha em meus gostos e que pessoas como eu eram mais comuns do que eu imaginava, eu é que me isolava do mundo. 

arquivo encontrado nas
primeiras fotos de babybat. Só
que não saía assim na rua.

Meus pais resolveram então que me colocariam na faculdade, de tanto eu insistir, pois no estado de depressão em que eu estava, tinha medo de fazer coisas ruins comigo e também eu mesma pedi para consultar um psicólogo. Para a surpresa deles escolhi Rádio e TV, algo que uma pessoa com fobia social como eu, odiaria, mas estava certa de que o curso iria me abrir caminhos que eu mesma fechei por medo. Me inscrevi no cursinho de teatro da minha cidade como hobbie. Embora eu dependesse financeiramente deles, isso me corta o coração, mas era necessário. Um dia eu quero ficar bem rica e recompensá-los por tudo o que fizeram por mim, dito isso tomando champanhe no Rio de Janeiro com um casaco de pelo naquele calor, mas fodase.

As pessoas com quem me identificava  e me inspiravam a me descobrir no Tumblr eram... Góticos! Sim, eu acabei seguindo por se dizerem góticos, mas vi na verdade as atitudes contam muito mais do que a aparência. Eram pessoas que por mais que tinham suas dificuldades e tristezas particulares sempre buscavam serem positivos, serem bons, educados e simpáticos. E tinham coragem de se expressar até no look com lentes de contato coloridas, maquiagem bem trabalhada, unhas pontiagudas, batons coloridos, cabelos bem extravagantes, varia de pessoa para pessoa... Então eu não era a única que gostava de cabelo coloridos, coisas de época, filmes de terror, natureza, moda lolita, contos de fadas, animais, mistério, bonecas, piadas de humor negro/nonsense, livros, coisas de crianças, assuntos paranormais, coisas macabras... E aprendi que não precisa ser "roqueiro" para ser gótico, pois as músicas góticas eram bem mais leves do que eu imaginava (e que a maioria de fora imagina hoje - uns roqui-paulera). Tem até música eletrônica que, mesmo não sendo essencialmente gótica, acabou caindo na cena: o EBM, industrial, darkwave, synthpop, futurepop, tem música leve: a ethereal, dark-ambient, coldwave... tem uns rocks bem legais e alguns bem popzinhos: o post punk, o deathrock, o psychobilly... Fazem mais a minha cara do que o metal, que na verdade nem é gótico. E nem precisa ser satanista, ateu ou odiar religiões, isso não importa, cada com sua crença.


Tomei então, aos poucos coragem de segurar as rédeas da minha vida e seguir o que do fundo do coração eu quero, sem me importar com o que os outros vão pensar, eu só queria ser feliz e contaminar os outros ao meu redor com minha boa energia. A esse ponto já tinha feito novos amigos na faculdade, conseguia me comunicar com as pessoas melhor, sair a passeio pela minha cidade e pela cidade vizinha (Curitiba), andar de busão, pintar meu cabelo de vermelho, vestir as roupas que eu quero sendo extravagantes, sexy ou nada disso, indo a eventos que me interessam, fazendo mais Tumblrs...



E até hoje estou evoluindo... Para melhor. Os meus diversos Tumblrs continuam a mil, dois deles bem famosinhos tão velhinhos já. A Subcultura Gótica veio para me ajudar a me expressar e com isso conseguir se gostar e criar uma auto-estima, encontrar pessoas que pensam como você. Eu não estou 100% melhor da depressão e da Fobia Social, mas melhorei muito, já percorri um grande caminho e hoje posso dizer que as pessoas me conhecem do jeito que eu sou sem recalques, me chamando de maluca ou não. Mas sempre mostro o meu lado maduro por trás das minhas idiotices todas de viver na loucura. E gosto assim.

Espero que esse post, de alguma forma tenha ajudado a vocês e a me conhecer melhor. Já que é o momento certo, sendo que tantos jovens estão passando por isso. é só uma questão de tempo. Mas nesse tempo você que tentar melhorar sempre, se distrair um pouco e acreditar que vai dar certo (;

Dizem que o Tumblr é para depressivos, mas isso é para quem procura isso lá. Por outro lado, se você procurar coisas positivas, também vai achar. É só uma questão de prioridades. Tem gifs de animaizinhos fofos, piadas e humor, moda, D.I.Y, tem até +18 ( ͡° ͜ʖ ͡°)

Alguns posts positivos do Tumblr que todo mundo precisa ter na dash:






💜Tchau galera!
Até a próxima!
Fiquem bem!✌
Bjinhos da gótica do Tumblr.


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Porque metal não é considerado música gótica? + meu sumiço do blog

Por que metal é pra metaleiro, uai.

 OLÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ galerinhaaaaaaa!Quanto tempo sem postar por aqui. Feliz 2017! Então, como já andei contando aqui, um dos motivos do meu sumiço é meu TCC, alguns D.I.Y que tenho feito e eu voltei a desenhar \0/ em breve vou fazer um post sobre meus desenhos aqui. Não vou abandonar esse blog não, tenho visto que tem dado resultado muito positivo pelo feedback dos leitores (: E o resto? O resto é preguiça mesmo kkkk, nem séries eu tenho assistido mais. Então neste meu sumiço eu tenho preparado um post que vai ajudar muita gente a entender esse mundinho goth. E se meu TCC for aprovado, publico-o aqui pois é para ser um das coisas mais úteis que já fiz na minha vida. Sem mais delongas, bora pro assunto do post:

Aposto que ao buscar por música gótica no Google, você tem se deparado com lindas vocalistas de vestido longo e corpete de cores escuras, cabelo liso, maquiagem pesada e voz lírica. O tão adorado Symphonic Metal, uma mistura de música orquestral e metal com temas obscuros, de contos de fadas épicos, muita melancolia, lembrando épocas passadas como a medieval. Logo de começo, vai bater com aquela imagem que você tem dos góticos na cabeça e tem mesmo tudo para ser considerado gótica, mas porque raios não é? Veja hoje no Na Mente de Alice.



Pois bem, vou lhe explicar, caro leitor. Era uma vez Há muito, muito tempo atrás, por volta dos anos 80, quando os góticos surgiram na maior aparência dark, logo após os punks, com aqueles cabelos desengrenhados e espetados em sua maioria, tanto para homens quanto para mulheres; as músicas que curtiam eram um pós-punk desiludido e sombrio, grande parte com uso de sons eletrônicos, que muitas vezes falavam de filmes de terror ou tentavam criar uma atmosfera semelhante à passada por esse estilo de filmes que vinham ganhando força ao longo do século XX. E haviam muitas bandas, sim, algumas mais inspiradas em músicas clássicas com um som leve e relaxante, chamadas de ethereal wave, outras mais punks revolts mesmo com guitarra pesada e gritos, letras agressivas, outras inspiravam no som das dançarinas de cabarés, no rockabilly, folk...  Enfim, é um som bem rico, carregado de diversidade. Os góticos gostavam muito das batidas sombrias que realmente lembravam filmes de terror de época, das letras, dos símbolos e também do visual dos cantores. Algumas bandas até chegavam a ter nomes de filmes de terror como London After Midnight e Nosferatu.

Poster do filme
Poster da banda

Mas no final dos anos 80 surge o Type O Negative e também Paradise Lost, um dos primórdios do metal que era inspirado no gótico. Ao longo dos 90, mais bandas de metal inspiradas nesse estilo apareceram, já projetadas para agradar tal público, visto que estava começando a dar certo, com visuais todos trabalhados nos mínimos detalhes, algo para ser vendido. Como é o caso do cantor Marylin Manson. Mais tarde, tendo como diferencial a doçura feminina lírica, criando um ar melancólico surgem bandas como Épica, Within Temptation, Xandria, Nightwish... até mesmo a controversa Evanescence. E que realmente deu certo. Até hoje são lembradas como legítimas bandas góticas. Mas dentro dos padrões da Subcultura Gótica, elas não podem serem consideradas, pois seu objetivo principal era vender sua imagem como góticas, o que não é nada alternativo, se for parar para pensar, é como, exemplo ridículo, alguém pegar a foto da sua mãe e vender uma blusa com a estampa dela mesmo com ela sabendo.

tão românticos para uma banda de metal...

Poréééém muita gente gosta e... 

Não dá para julgar. O que te torna gótico é o que você tem por dentro e como você se mostra ao mundo sendo você mesmo, não ligando se é estranho, louco, bizarro... Basta você conhecer o que é música gótica e procurar seu gosto dentro dela, já que é bem variada. A cada ano que passa você pode conhecer artistas novos de música gótica ou inspiradas nela, algumas que você nem sabia que existia. Eu ainda estou descobrindo muitas bandas novas.
Tem deathrock, EBM, industrial só barulho das fábrica, psychobilly, dark cabaret, dark ambient, pós-punk, synthpop, synthwave, coldwave, minimalwave, anos 80, anos 90, músicas lançadas recentemente, ethereal wave, steampunk inspired...
Mas a pergunta é: dá para ouvir metal? Dá. Dá para ouvir o que quiser. Eu mesma comecei meus interesses góticos ouvindo Evanescence e Nightwish, porém você tem que conhecer o campo musical gótico e ao redor dele (EBM, Industrial...) como falei, duvido que você não vai achar um artista para ser o seu preferido. Se não, de que adianta se dizer gótico e não conhecer este vasto campo musical da cena. E como eu disse no começo do post: é mais fácil você dizer que é metaleiro se você prefere o lado metal da música. Maaaaas... Tem um tipo especifico que é a junção desses dois estilos, denominado "góticos metaleiros/metalheads" no qual já escrevi sobre no Tipos de góticos - ainda que esse tipo seja bastante criticando dentro da cena também.

créditos: sixhundredsixty


Tchauzinho galera! Logo trago novidades. Se eu demorar, já sabem, estou ralando duro para que meu TCC seja nota 10, nota 1000, o melhor do Brasil bastante elogiado e proveitoso, quem sabe abrindo portas para novas oportunidades...

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